domingo, junho 10, 2007

Café com prêmio


(...)
O que aproxima uma coisa, seu outro lado talvez verde ou branco, o outro lado dos efeitos e o outro lado das causas, outra ótica e outro tato poderiam talvez soltar delicadamente as fitas cor-de-rosa ou azul-claras das máscaras, deixar cair o rosto, a data, as circunstâncias da galeria (brilhantemente iluminada) e cavar com um palito de paciência ao longo de uma consideravel poesia...
[Julio Cortázar - Os Prêmios]

Livros para começar, textos para finalizar.

[pausa] [bolhas de lembranças]

1 Comentários:

Às segunda-feira, junho 11, 2007 , Anonymous Anônimo disse...

“O que será, no fundo, essa história de encontrar um reino milenário, um éden, um outro mundo? Tudo o que se escreve atualmente , e que vale a pena ler, encontra-se orientado para a nostalgia. Complexo de Arcádia, regresso ao grande útero, back to Adam, le bon sauvage etc), Paraíso perdido, perdido por buscarse, yo, sin luz para siempre... E aí surgem as ilhas (cf. Musil) ou os gurus (se houver grana para o avião Paris-Bombaim) ou, então, simplesmente segurar uma xícara de café e olhá-la por todos os lados, não já como uma xícara de café, mas como uma testemunha da imensa burrice em que todos estamos metidos, acreditar que esse objeto não passa de uma pequena xícara de café, quando o mais idiota dos jornalistas encarregados de resumir para nós sei lá o quê, mas Planck e Heisenberg, se mata, procurando explicar-nos em três colunas que tudo vibra e treme e que tudo está como um gato à espera de dar o enorme pulo de hidrogênio ou de cobalto que nos deixará a todos de patas para cima. Na verdade, trata-se de um modo muito grosseiro de explicar coisas.” (CORTÁZAR: 1982, p. 331).


Beijo, Linda, Tam.

 

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