domingo, outubro 21, 2007

Café com Maiakóvski

"Vós que pousais o amor sobre ternos violinos ou,
grosseiros que pousais sobre os metais!
Vós outros não podeis fazer como eu, virar-vos
pelo avesso e ser todo lábios."


Maiacovski é o poeta da Grande Revolução Russa de outubro, 1917, o poeta do socialismo nascente, onde a necessidade de, tratando-se de sua vida, esboçar o quadro histórico em que atuou.

Mário de Andrade foi provavelmente o primeiro a citá-lo com simpatia, e como futurista.

Suas primeiras leituras são o D. Quixote, livros de Júlio Verne e os clássicos da poesia Russa, principalmente Eugênio Onéguin de Púchkin, que o pai lhe ensinava para que recite nos dias em que há visitas.

O pai morre. A família se muda para Moscou. Aos 13 anos se apaixona pela filosofia, por Hegel.

Foi preso, pela primeira vez, acusado de escrever proclamações, depois solto. Preso uma segunda vez, como implicado na evasão das mulheres do cárcere. Condenação.

Durante os 11 meses de prisão (tem 15-16 anos), se põe a devorar literatura. Lê os conteporâneos e os clássicos: Byron, Shakespeare, Tolstói.

Ele foi preso mais uma vez, eu que estou sem saco de dizer por qual motivo.

Desta vez o jovem foi conhecer a prisão de Butirki, apelidada pelo povo de "empresa de pompas fúnebres", ocupando a cela 103. Por isso escreveu:

Eu, no entanto,
aprendi a mar no cárcere
me enamorei da janelinha da cela 103
da oficina de pompas fúnebres
então por um raiozinho de sol amarelo
dançando em minha parede
teria dado todo um mundo

A Luiz de França Martins [in memoriam]

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