sábado, julho 28, 2007

Café com um Rio


Nos conhecemos naquela época, onde as utopias eram sonhos atingíveis, a música movia toda a gente unida.
Pelas ruas dividíamos o café, o pão e o vinho.
De cima das pontes falávamos de cidades, países, exílios, acontecimentos do dia de ontem, no fim da tarde de hoje, tendo um rio como testemunha.
Lá, naquela época, as motivações humanas tinham que ser disfarçadas de mil coisas.
Enquanto o Regime Militar torturava suas vítimas, a gente ouvia Bossa Nova.

"
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
(…)
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
e a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele. "
[Alberto Caeiro]

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