segunda-feira, junho 18, 2007

Café com dardos


É! Ele fica do lado de lá
Um amontoado de horas autênticas
minutos feitos sonetos
É ele que me faz fugir da rotina
do primeiro tempo
primeiro instante
Prefiro
Porque é no dia atípico
que nascem as poesias

[Como se fossem de mármore
os dardos duram dentro de mim
perfeitos
E aprendi com eles a lançar-me
e aprendi com eles a ter medo
a me esconder dos nomes
fugir das luzes fortes
e da insensatez dos automóveis
Aprendi com os dardos
uma espécie de vida iluminada
uma sutileza para arremessos
estratégias de ataque
fugas
um modo impecável de me abrigar da chuva
E aprendi também uma crueldade
e uma coragem toda feita de começos]

Iracema Macedo





domingo, junho 10, 2007

Café com prêmio


(...)
O que aproxima uma coisa, seu outro lado talvez verde ou branco, o outro lado dos efeitos e o outro lado das causas, outra ótica e outro tato poderiam talvez soltar delicadamente as fitas cor-de-rosa ou azul-claras das máscaras, deixar cair o rosto, a data, as circunstâncias da galeria (brilhantemente iluminada) e cavar com um palito de paciência ao longo de uma consideravel poesia...
[Julio Cortázar - Os Prêmios]

Livros para começar, textos para finalizar.

[pausa] [bolhas de lembranças]