sábado, agosto 30, 2008

Café na Boca



a minha boca não tem cor

não fala de amor de dor
da minha boca caem lágrimas
rasga-se de fome por não te ter
com minha boca engulo o mundo
que intimamente entra em mim
dispensando olhos e mãos.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Café com blasé



Assim, meio blasé, eu penso em você, e essa tua calma me acalma
Minha guerra, minha paz

segunda-feira, agosto 25, 2008

Café no Ducal


O rio Potengi me abraçou; definitivamente. Eu já paquerava esse rio faz anos, e agora chegou com tudo. E tão lá: o rio, um barco, o mar, um antigo luxuoso hotel da cidade... é lá onde passarei minhas tardes, meu pôr do sol. Onde verei tudo do alto do 15º andar.

terça-feira, agosto 19, 2008

Café Puro Amargo e Preto



Cada vez mais vou tendo a impressão que o mundo sempre me quis só.

É, eu realmente ando pelo mundo divirtindo gente, chorando ao telefone e vendo doer a fome dos meninos que tem fome...

Aqui, pela janelinha do 20°, eu vejo você, eu vejo o mundo, eu vejo a desigualdade. Mas desta mesma janelinha eu vejo sorrisos, casais apaixonados fazendo juras de amor, achando que tudo é para sempre, como eu também achei um dia.

Não, não eu não sou triste, sou muito feliz, sorriso sincero me interessa e mentiras sinceras também.

Deve haver um verso, ou melhor, um par de versos que faça você gostar de mim.Um que você nunca mais esqueça.

Há de haver o poema que você me veja e que atravesse o mar, em meu lugar uma ilha.

terça-feira, agosto 12, 2008

Café para Madalena


"Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome"...
-Ainda bem que você veio.
-Claro que eu vim, minha preta.
Ela ria, ria, ria, depois me beijava e dizia que queria ver o rio Potengi pronto. Vou terminar, ela vai ver e vai adorar.
Porque eu fiz pensando nela, a força quem me deu foi ela, minha neném, a da fé grande.
-Ela é sempre alegre?
-Ela ri muito, muito, sempre.

Sua alegria fazia eco nos corredores. A tristeza só passava rapidamente, e mais rapidamente ainda ia embora...
Segurar a mão de alguém que gosto muito, e que me passa boas energias, sempre me fez bem; principalmente nos dias que tudo fica cinza e que tomar o café com uma porção de chantilly é preciso.
Ela precisou da minha mão...
e eu estendi!
"E ainda se vier, noites traiçoeiras
Se a cruz pesada for,
Cristo estará contigo
O mundo pode até
Fazer você chorar
Mas Deus te quer sorrindo..."

Café no Louvre



-Brasília, depois Paris.

-Faz tempo?

- Não, ontem.

-Ahhh não tem pró nos feriados, finais de semana um lá outro cá, você pega um vôo para vê-la, e conversam talvez ela desista de ir para mais longe.

-Eu até que iria, se não tivesse escutado o que eu escutei quando ela partiu (fala com os olhos cheios de lágrimas)

-xiiii...

A estrada, a distância, os anos luz, a flor de Lis; acaso, ou seria destino? Lis só se deu conta que o mundo era grande quando partiu e não quis olhar para trás, levando na mão uma flor amarela.

Na bolsa um par de tênis, 3 calças, 4 blusas, 4 calcinhas, alguns cosméticos,R$8.000 que conseguiu pela venda do seu companheiro de aventuras, o celtinha. Na cabeça, a estrada que começava ali, algumas decepções, um sonho e a vontade e coragem que teve para desbravar o mundo, a vida.

O cara das lágrimas? Se arrepende até hoje por não ter dito o que queria e o que sentia antes dela partir.

Ela? Talvez esteja no Le fumoir, em frente ao museu do Louvre e a dois passos do rio Sena, ou Parisiando por aí, em alguma ponte com algum amante.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Café com tempo


Tiraram-lhe a infância. A sua juventude também foi roubada.

No mar aquela mulher quis se afogar, mas a sua esperança nunca tiraram-lhe.

Ela achou o que havia perdido para o tempo, e resgatou o brilho dos seus pequenos olhos infantis, tão sutis.

Hoje ela fala que é bem feliz, bem.

sábado, agosto 09, 2008

Café com Nojinho


Eu ainda não sei se vou chique ou à vontade. Nem sei a metade do que eu queria saber.

Na verdade, na verdade é que eu posso enjoar da sua carinha e pegar nojinho em dois tempos, em dois.

Qualquer palavra falada a mais, qual gesto fugaz, qualquer cara de cú ou cheiro de lavanda.

Terrível, terrível...

mas eu pego nojinho mesmo.


quarta-feira, agosto 06, 2008

Café na Faixa


O tempo passou, eu sei, mas continuo dizendo: não gosto de rosas vermelhas, pessoas efusivas, ímpar, seriados americanos, besteirol; ainda puxo o freio, não vou. Continuo acreditando em Drummond e Iracema Macêdo...
chega tarde!
O tempo parou e repito: pelamordedeus me dê uma bússola, um calendário asteca, um par de memória, três, abraços, as horas, implora para eu não ir embora, agora.
alegria mansa. Vai, alcança.
Mas pare...
para eu descer!
Assim, sempre querendo ser exata, sempre.

"A estrada é muito comprida
O caminho é sem saída
Curvas enganam o olhar..."




terça-feira, agosto 05, 2008

Café na Concha



Tem dias que quero entrar numa conchinha
e ficar lá sem ninguém me ver.
É uma coisa assim, coisativa, que faz um barulhinho e me chama para descansar.
Um choro, um chororô, um barulhinho bom.



"A concha é um órgão rígido, muitas vezes externo, característico dos moluscos.
Quando um molusco é invadido por um parasita ou é incomodado por um objecto estranho que o animal não pode expulsar, entra em acção um processo conhecido como enquistação, pelo meio do qual a entidade ofensiva é envolta, de forma progressiva, por camadas concêntricas de nácar. Com o tempo formam-se pérolas A enquistação mantém-se até que o molusco morra.

As conchas são muito duradouras: mais tempo que os animais de corpo mole que as produzem. Em lugares onde se acumulam grandes quantidades de conchas formam-se sedimentos que podem converter-se, por compressão, em calcário."