sexta-feira, janeiro 29, 2010

Café em...


vão

quinta-feira, janeiro 28, 2010

Café Anti

Rayuela, traduzindo para o português - O Jogo da Amarelinha, é considerado um anti-romance. Mais precisamente, o primeiro escrito no mundo.
Eu tenho medo quando alguém diz que gosta de Cortázar e cita Rayuela. Eu gosto! Mas o medo fica exatamente aqui: eu sei o que tem no miolo da obra cortaziana aqui citada.
O 'Jogo' é um mosaico carregado de sons e imagens. De jazz e cinema preto e branco, mas não mudo. Escrita com toque dadaísta.
É fascinante ler Ray várias vezes, sem compromisso, pois a única regra é não seguir regras, é quebrar protocolos. A cada leitura você vai ter uma novidade não vista antes, sempre.
Meu romance-anti preferido!

Não se sabe: ou as notícias inspiraram o enredo ou o enredo fez o autor buscar as notícias.



Capítulo 119



"PERIQUITO AUSTRALIANO IMPOSSIBILITADO DE ABRIR SUAS ASAS!



Um inspetor da R.S.P.C.A. entrou numa casa e encontrou o pássaro numa gaiola de apenas 20 centímetro de diâmetro! O dono do pássaro teve de pagar uma multa de 2 libras. Para proteger as criaturas indefesas, precusamos de algo mais que seu auxílio moral. A R.S.P.C.A. precisa de ajuda econômica, Dirigir-se à Secretaria etc.



The Observer, Londres."








segunda-feira, janeiro 25, 2010

Café Neve

 O melancólico Ka é um exilado político que não se interessa por política. Poeta de alguma reputação nos restritos círculos de vanguarda de Istambul, ele teve seus dias de esquerdista na juventude, e por causa disso se viu forçado a fugir para a Alemanha. Depois de doze anos de uma vida solitária em Frankfurt, retorna à Turquia natal. Acaba se envolvendo com militantes islâmicos, militares golpistas, espiões da polícia secreta e até um suposto líder terrorista – quando tudo o que desejava era escrever seus poemas e namorar a bela Ipek. Há um paralelo interessante entre Ka, protagonista de Neve (tradução de Luciano Machado; Companhia das Letras; 488 páginas; 54 reais), romance recém-lançado no Brasil, e seu criador, o romancista turco Orhan Pamuk, de 54 anos, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura deste ano.
Você acha fácil na Livraria Cultura...

domingo, janeiro 24, 2010

Café Saudade



E o que é saudade?
A pergunta que mais tenho feito para pessoas conhecidas, afim de obter respostas indefinidas, nada concretas.
Cada um denomina a saudade de sua maneira. Eu, por exemplo, acho que saudade é como um domingo às 17h30.


Ilharei-me em breve...


p.s.: A foto foi feita num dia bem feliz quando Mari inventou de levar amigos para um pôr do sol e eu mudei a rota e escolhi um lugar, esquecendo que não dava para olharmos direito. Por um acaso, conseguimos subir num pico da praia de Pirangi...
eu atolando o carro, Marlon dando seus palpites e Mariana e Lili achando que não dava mais tempo. Mas deu tudo certo e o relógio marcava 17h30. Fomos nos despedir de Lili e Marlon (SP)e comemorar a aprovação de Mariana que acabou de ingressar no curso de Teatro da UFRN.


sexta-feira, janeiro 22, 2010

Café Solista



Suas dores brancas tulipais



não eram tão amargas, amálgamas


Nos lixos recicláveis deitava-se todas as noites


e eram elas eternas segundas

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Café Pense Haiti

A matéria abaixo, lida em meio a caminhada diária, me fez lembrar quando pratiquei remo no SPORT/RN. Conheci uma Quebequiana que estava trabalhando como intérprete para tropas brasileiras no Haiti. Ela tinha planos de embarcar em breve, naquela época. E eu achei fascinante e talvez um dia eu escreva em meio a guerra. É bom nunca duvidar de mim, tenho mania de dizer que vou e ir. Ahhh minha mãe e meu pai devem ficar sempre com o coração na mão com minhas inevenções.

Internacional // Terremoto

Porto Príncipe, uma cidade em ruínas que implora por ajuda


Porto Príncipe (Haiti) - Corpos espalhados pelas ruas - alguns cobertos, outros expostos - e população em pânico carregando os mortos e feridos entre escombros. Esse era hoje (13) o cenário em Porto Príncipe, capital do Haiti, atingida por um terremoto às 16h53 de ontem (12), no horário local – 19h53 no horário de Brasília. O terremoto fez ruir os três principais hospitais da cidade e derrubou pelo menos dois grandes hotéis, além de destruir prédios públicos, como o Senado, que desabou em pleno funcionamento, e do palácio do governo.

O relato do comandante militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o general brasileiro Floriano Peixoto Vieira, ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, retrata a situação de caos da capital haitiana. No entanto, revela pouco da destruição causada pelo terremoto. “Nosso primeiro trabalho foi usar a engenharia para desobstruir as principais vias da cidade. Mas ainda não conseguimos chegar para ajudar. Não temos condição de avaliar o número de mortos. Sabemos que é uma quantidade muito elevada”, diz o comandante...
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Livrai-nos de todos os males, amém!

quinta-feira, janeiro 07, 2010

Café Amigo




Talvez eu esteja errada, mas creio que muita gente não sabe quem são os seus amigos de verdade. Eu tenho amigos contados em uma mão.

Para que serve um amigo?




Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra.



Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.



Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.



Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo construído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.



Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.



Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.



Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.



Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.



Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.



Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.



Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.



Duas dúzias de amigos assim ninguém tem.



Se tiver um, Amém.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Café Treloso


"Guaiamum Treloso vai ter @chinaina, Lula Queiroga c/ participação de @nenaqueiroga e @mariagadu e Titãs. Dia 29/01 #tudo"

Goiamum Treloso é prévia também, além de ter levado uma "chupada" e, aqui em Natal, a galera ter usado para ser o nome de um festival de audiovisual muito bom, inclusive. Mas eu já vi neguinho brigando para dizer quem deu nome ao boi do cinema local que ocorre em setembro. Povo pequeno e ponto final.
Apesar de não gostar de caranguejo eu sou adepta ao evento por demais e divulgo na paz.

E vamos é curtir o Boi de Reis Manoel Marinheiro que é ótemooo...
Vamos conhecer melhor Chico Daniel e o que é nosso, minha gente.
Como diz dois amigos que tenho e converso muito, apesar de rabugentos: Natal ainda vai comer do seu biscoito fino!
Valeu Samu e Josias.

Café de Palha

Eu vou sair pelas estradas vendendo versos baratos e chifrins.
Montarei uma banquinha de palha e venderei melancia e versos
Goiaba e versos jabuticaba e versos cajá e versos pitomba e versos
Jambo e versos.
Acho que geléia de jambo geléia de morango e pimenta também vende
Uma tela local com poesia de Bob Dylan e Marley também vende.
E no final, coloco em liquidação os camaradas Câmara Cascudo, Auta de Souza e Zila Mamede

Café Cool


Fininhas, coloridas e de silicone, as pulseiras teens que estão sendo usadas no braço da garotada, começa a ser motivo de preocupação de muitos pais pelos seus significados. Segundo um modismo que surgiu na Inglaterra e chegou ao Brasil recentemente, arrebentar a pulseira de determinada cor obrigaria o usuário a se submeter ao ato correspondente àquela cor. Pulseira amarela, por exemplo, equivale a um abraço; pulseira preta, a sexo. Aparentemente singelas, na terra da Príncipe Charles, dos Beatles e da eterna princesa Daiana as pulseirinhas estão com tudo e até ganharam o nome de shag bands (algo como 'pulseiras da transa').



No Brasil as peças são vendidas por camelôs de qualquer grande cidade (um pacote com 20 unidades, de cores sortidas, custa cerca de R$ 1) e ficou conhecida por aqui como pulseira cool (legal, na tradução do inglês), 'pulseira da amizade' ou 'pulseira da malhação'.

Agora eu digo: adolescente é uma peste. O pais devem orientar e dar bons exemplos. Não falo de vetar  uso, porque isso leva consideração quem quiser. Deixem que façam sua leitura individual, apesar de o mundo ser coletivo eu acredito na individualidade de valores e formação.

Se eu tivesse um filho(a) eu até compraria para a figura, mas daria explicações de uso e bom senso. A pulseira existe faz tempo, quem colocou significado nada inocente foi a industria capitalista, somente.

Acho que vou vender pulseiras para levantar fundos (no bom sentido) para o Mãe-Luz, projeto social idealizado por mim, apoiado pelo GACC e mais umas 20 mulheres corajosas e lisas feito eu.

Aguardem e vamos comprar.
=}













segunda-feira, janeiro 04, 2010

Café Luma

Ela virou uma rosa no meu jardim, meu jasmim negro. Luma, 15 anos, era minha rotwailler que faleceu hoje.
Voltei em Natal, pois eu sabia que ela ia partir. A última imagem era dos seus olhos café que se despediam de mim. Não quis comer logo cedo, mas quando eu cheguei ela estava deitada no jardim como se fosse uma flor. Acho que queria ser lembrada assim, como um botão. Comeu na minha mão e depois bebeu água.
Alisei a cabeça de Luma e ela quase não respirava. Voltei ao jardim e ela estava dormindo! A morte de Luma foi lilás.
Não foi o primeira(o) e nem será a última(o). Sinto saudades de Rilke, Ralf e Teca. Agora eu vou criar dois peixinhos: Dory e Nietzsche.


Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.



Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

Fonte: RAMOS, Graciliano. Vidas secas, 82ªed. Rio de Janeiro: Record. 2001. p. 85-91.