sábado, julho 28, 2007

Café com um Rio


Nos conhecemos naquela época, onde as utopias eram sonhos atingíveis, a música movia toda a gente unida.
Pelas ruas dividíamos o café, o pão e o vinho.
De cima das pontes falávamos de cidades, países, exílios, acontecimentos do dia de ontem, no fim da tarde de hoje, tendo um rio como testemunha.
Lá, naquela época, as motivações humanas tinham que ser disfarçadas de mil coisas.
Enquanto o Regime Militar torturava suas vítimas, a gente ouvia Bossa Nova.

"
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
(…)
Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
e a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele. "
[Alberto Caeiro]

segunda-feira, julho 23, 2007

Café com Serenidade


É! Foi alguém que me ensinou que rotina é uma coisa chata.
Não! Juro que não sei quem foi, juro.
Mas eu sei que aprendi a viver na incerteza, na corda bamba e achar bom...
Ganho hoje, posso perder amanhã.
Se não tô feliz, chuto e recomeço.
Não faço muitos planos, não penso muito no futuro, não tenho religião definida.
Já pensei muito, já fiz muitos planos, mas essas coisas entram em atrito com meus sonhos.
Os sonhos são livres, leves e soltos, e me levam para eu levar a vida...
“Assim...sem caber de imaginar.”

quinta-feira, julho 19, 2007

Café com Dia


"Dia perfeito pára na esquina e diz good-bye
Flutua como uma nuvem
She really have a groove"
[Dia Perfeito - Cachorro Grande]


segunda-feira, julho 09, 2007

Café com Confissão


Aquele andar já é tão vazio pra mim! Não me serve.
Parece que preciso incessantemente trocar de roupa, virar a página de um livro, passar a música, subir um degrau, fechar a porta...
O vento passa.
A chuva também.
De repente o peito infla de girassóis, esperanças e borboletas amarelas.
Tudo tão cíclico e tão hostil, que eu nem me dei conta que sempre foi assim...
tão matemática, quando eu prefiro português.
Os livros já estão na estante
e você faz muita falta no inverno.



“Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos
deve ter algum que sirva”
[Arnaldo Antunes]

domingo, julho 08, 2007


A vida é feita de informações.
Cada um dá seu recado como pode.
Olhares, sorrisos, cores, sons, palavras.
Nas entrelinhas, aos berros, com lágrimas, no silêncio...até no mais alto dos silêncios.
Cada um escolhe sua resposta. Algumas pessoas, só algumas, recebem.

Gosto disso. Gosto!
ps:o título do post não quis entrar. Acho que não recebeu o recado.
Fica aqui... o "Café com Iaiá".




“Num retrato falado eu
fichado, exposto e diagnosticado
Especialistas anunciam e sentenciam... oh, não!”

terça-feira, julho 03, 2007

Café com Pessoa



"Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?

.

O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.

.
Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?..."
[Fernando Pessoa]