segunda-feira, dezembro 28, 2009

Café Fotográfico

O FOTÓGRAFO
Manuel de Barros

Difícil fotografar o silêncio.
Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o Silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Por fim, eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski - seu criador.
Fotografei a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria roupa mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.


texto extraído do livro:

"Ensaios fotográficos"
Manoel de Barros



quarta-feira, dezembro 16, 2009

Café Pagú





Tá bom, eu confesso: queria ser Pagú

Canal

Pagu/Patricia Rehder Galvão


Publicado n'A Tribuna, Santos/SP, em 27-11-1960




Nada mais sou que um canal


Seria verde se fosse o caso


Mas estão mortas todas as esperanças


Sou um canal


Sabem vocês o que é ser um canal?


Apenas um canal?





Evidentemente um canal tem as suas nervuras


As suas nebulosidades


As suas algas


Nereidazinhas verdes, às vezes amarelas


Mas por favor


Não pensem que estou pretendendo falar


Em bandeiras


Isso não




Gosto de bandeiras alastradas ao vento


Bandeiras de navio


As ruas são as mesmas.


O asfalto com os mesmos buracos,


Os inferninhos acesos,


O que está acontecendo?


É verdade que está ventando noroeste,


Há garotos nos bares


Há, não sei mais o que há.


Digamos que seja a lua nova


Que seja esta plantinha voacejando na minha frente.


Lembranças dos meus amigos que morreram


Lembranças de todas as coisas ocorridas


Há coisas no ar...


Digamos que seja a lua nova


Iluminando o canal


Seria verde se fosse o caso


Mas estão mortas todas as esperanças


Sou um canal.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Cafe de uma Vitoria

Hoje eu quis comprar um par de asas rosas, de plumas. Era Vitória me dando sinais de tua partida.
Foram três tristes recaídas para ela nos deixar.
Ela sorria que coloria os sonhos cinzas e tristes dos adultos mais fechados.
A mãe de Vitoria espera mais um filho. Ele seria um possivel doador. Ela nao podia esperar.
Que seja feita a vontade de Deus!
Ficarei com a lembrança de um sorriso doce e colorido.




p.s.: desculpa a falta de acentos, pois o teclado falhou...

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Café Vibrations


Salve Jorge, Salve, Jorge, Salvem o Jorge.

E a Feira fechou com chavão, e segundo Itamar Assumpção, Chavão fecha porta grande.
Ainda processando muitas informações de 5 dias no rock e adjacentes.
Música, literatura, dança, poesia, roteiro, direção, política...

Alguns compromissos me seguram por esta semana na cidade. Aproveita para convidá-los para semana de festejos no Grupo de Apoio a Criança com Câncer - GAAC. Entro em exposição na sexta, mas como não estarei lá para presentear as mães, minha mãe vai por mim.

Me emociona trabalhar com as crianças, sejam elas de qualquer cor e raça. A parada final é na África, mas sem pressa.

A Baía da Traição tá agendada e fico na aldeia sábado e domingo, depois do casamento da amiga Pollyana, em JP, que será lindo, certeza.

E segunda já tem preparação para entrar nos esnsaios da peça "O Pequeno Príncipe."

Não te preocupa que eu dou conta.

;-)

Beijos e até...

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Café no Avião

Se depender de mim "o Aviões" não decola. Nunca decolou.
Aviões do Forró, a denominação de uma banda xifrin com ares de gente que ainda tem muito o que aprender para poder decolar.
Estou escrevendo que é para não perder meu tempo processando ninguém por danos morais, que parece que é só o que tem aparecido em minha vida, gente para eu querer processar. O pior é que eu estou dentro de minhas razões e direitos.
A missão: entrevistar uma banda que eu nem sei quem danado são os vocalistas, só me lembro que tem uma ex-gorda no vocal e um tamborete de forró também cantando.
Desculpe-me as palavras cortantes, mas já falei que é para eu não processar.
Mas a pessoa ter que se submeter a ficar correndo atrás de um trio para entrevistar uma pseudobanda que se denomina Aviões é pagar todos os pecados que ainda nem foram cometidos.
Como se não bastasse, dá de cara com um segurança mal preparado psicologicamente, que te empurra de uma escada. Depois sobe a merda da escada do carro grande que fica andando no meio do corredor e dá de cara com um pseudo produtor grisalho, mas até que nem tanto, dizendo que estava fazendo um favor e que eu pegue meu telefone do chão agora que eu joguei porque quis. Bom, o telefone é meu.
Ainda por cima me chegam mais três caras palidas, que é para não dizer GALADOS, me cercam e dizem que são da banda, que eu estou errada em querer entrevistar, que se eu levei porrada do segurança o problema é meu, que eles são da BANDA. Que mané banda, aquela merda está mais para bunda do que banda.
Depois disso tudo, de ainda me dizer que eu estava fantasiada, só porque eu estava com um lenço fashion no cabelo, de dizer que não era para eu tá daquele jeito, porque um dos pseudos devia ser etilista e eu não sabia, né? Isso, no mínimo, acham lindo os cafuçus que eles convivem com faixa na testa escrito "SOLANJA". Sim, voltando, depois da peregrinação toda eu subo no trio, mas meu cinegrafista não.
Eu, sem câmera, logo desci para chamá-lo. Quando voltei não subi, o trio parou, acabou a festa.
Na porta do trio eu espero passar alguém para entrevistar e passa um tamboretinho, meio homem, e não me fala nada para eu poder documentar. Mas um dos milhões de pseudos produtores dele me fala para eu ir para o hotel entrevistar.Só não mandei ele ir para casa de papai noel porque eu estava a serviço.
O cara que disse que não era para eu ficar com um lenço na cabeça, nem maquiada, tava tentando pegar uma "bixinha" em cima do trio e tomando uísque. Agora ele que tanto falou em estilo e comportamento estava bebendo em serviço. É um bunda mole mesmo.
Logo digo: esse avião não decola. Essa bunda que vá pousar na cabeça dos bestas que não sou eu.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Café com Manoel de Barros


Para entender nós temos dois caminhos:



o da sensibilidade que é o entendimento


do corpo;


e o da inteligência que é o entendimento


do espírito.


Eu escrevo com o corpo.


Poesia não é para compreender,


[mas para incorporar.


Entender é parede; procure ser árvore.









terça-feira, dezembro 01, 2009

Café no Busão

Ô bicho besta é a própria prole. Não vamos generalizar, mas a cada dia eu me surpreendo mais.


-Esse assalto é R$ 2,00?
-Sim. Só que deveria ser R$ 3,00


-Ah, é? E seu salaria continuar lá embaixo?


Só me acontece fato curioso. Acho que vou até gravar "um dia na minha vida", que é registrar meu cotidiano só para mostrar que não é surreal, mas a realidade me choca.


Meu diálogo com o cobradaor de ônibus aí em cima me deixa triste.
O cara ganha mal, passa humilhação na empresa, tem um sistema de transporte público fodido e vem me dizer que a passagem deveria ser mais cara?  cara de pau mesmo.

Café Arruda


                Os dois patetas

Agora joguem os comunistas no mar e deixem os FDP roubar o seu dinheiro e guardar na cueca, nas meias!



Qual o partido dos mocinhos, hein, globo?


Arruda e sal grosso, não me interessa.


As coisas sempre aconteceram dessa maneira. Ninguém imaginava que o volume de montante era tão grande.


O que aconteceu com Collor mesmo?


A cueca tá melada de hipocrisia, a sociedade é burra, fato.


Ela mesma escolhe. Ela mesma não cobra.


E eu? não vou morrer do coração.


O DEM? Pergunta ao senador José Agripinho que ele deve saber...


fez festa para arruda quando o mesmo esteve em Natal, onde ministrou palestra para os exemplares políticos da Taba.


Em 2001 Arruda negou acusações com discurso inflamado, falou dos filhos, depois assumiu que violou o painel de votação para cassação de Estevão.


Ano que vem BSB completa 50 anos de vida.


Vamos comemorar como, hein? Com dinheiro na calcinha, eu vou.
Ah, esqueci o panetone, sorry!